A Junta de Freguesia de Benavente irá homenagear a sua população com uma instalação que figura um ponto no espaço e no tempo, naquilo que era o trabalho do campo, nomeadamente o maneio de gado bravo, na primeira metade do século XX.
Benavente é uma Vila no coração do Ribatejo e logicamente que o toiro bravo faz parte das memórias intrínsecas da nossa gente. E quem é de Benavente, quando pensa em gado bravo, pensa imediatamente em Quinta da Foz. Uma casa agrícola com história, onde o Patrão Fernando (Palha) e os seus maiorais de confiança, Pedro Artilheiro e Joaquim Isidro, foram sempre defensores da festa dos toiros e das tradições. Da sua alma e da sua perseverança, nasceu a Festa da Picaria, integrada na Festa da Amizade – Sardinha Assada, uma das maiores manifestações de carácter popular do país.
A nossa intenção de fazer uma recriação histórica do maneio de gado bravo no campo, não é mostrar o Campino em traje de festa, mas sim o trabalho árduo do guardião da lezíria e da charneca, homem da “borda d’água”, no campo, junto ao gado. Nessa conformidade, esta recriação histórica não podia ser apenas um Campino montado no cavalo de pampilho ao alto a olhar os toiros a pastar livremente. Tinha de ser algo mais. E algo mais é o curro dos 5 toiros ter a pelagem típica da ganadaria Palha, com ferro Quinta da Foz, por ser algo que nos diz muito e que encerra em si as nossas mais perenes memórias.
Cada um dos 5 toiros é retirado de fotografias fornecidas pela ganadaria, com rezes que triunfaram nas praças. São toiros que marcaram a história da casa agrícola, cada um com a sua pelagem, encaste, córnea e dimensão. A modelagem de cada toiro será também baseada em peças de menor dimensão, em loiça/barro, que nos foram fornecidas e que encerram em si a história de cada uma das rezes que vão ser representadas.
Cada figura será modelada individualmente pelo artesão, não sendo peças de molde, pois o que se pretende é ter peças únicas e de encontro à história da Quinta da Foz; e não as chamadas “peças em pose museu”, que são todas iguais onde só difere a cor.
Também o cavalo do Campino retratará um cavalo com ferro Casa Paím, onde também aqui a recriação da figura será modelada, sem uso de molde, através de uma fotografia de um cavalo fornecida pela da Coudelaria. A Casa Agrícola/Coudelaria António Paím é também uma casa com história na nossa freguesia, com cavalos de toureio e de equitação de trabalho ao mais alto nível.
Não consideramos por isto que esta seja apenas mais uma rotunda de toiros. Esta instalação é, para nós, algo nosso, bem nosso. Uma instalação com história, a nossa história. A história que qualquer Benaventense conhece… a mesma história que lhe eriça os pelos da nuca quando se lembra de toiros e cavalos, na Picaria ou nas Largadas de Benavente, nas festas de toiros, nas praças, mas essencialmente no campo, onde o trabalho é duro. E o Campino, de ontem, de hoje e de sempre, merece esta homenagem.
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