Valorização do Território
Rio Sorraia – Aldeia do Peixe
“Instalaram-se em “palheiros” construídos em tábuas e coberturas de colmo, erguidos sobre estacas, não fosse o rio subir (…) A vida era dura e, no pico do Inverno, o frio quase insuportável, o que levava estes pescadores a reforçar o lado Norte dos palheiros com chapas de zinco. E não havia muito tempo para descansar, qualquer que fosse a época do ano. Na época do sável, estes pescadores exploravam o rio e pescavam, lanço após lanço, inúmeros destes peixes: chegavam a apanhar mais de 1500 de uma só vez! Frequentemente tinham de afugentar golfinhos que com eles concorriam na pesca do sável (…) O peixe era comprado por comerciantes da região que se deslocavam até aos pescadores. Quando não pescavam sável (ou savelha) apanhavam enguia, assim percorrendo todos os afluentes e “valas” do rio Tejo. (…) Se a pesca assim o exigisse, dormiam nos barcos, pequenas bateiras que se cobriam com um toldo de encerado armado com varas de cana.” – Prof. Dr. Henrique Souto